segunda-feira, 23 de abril de 2012

A guerra da paz num mundo tumultuado

 Guerra!... Conflitos!... Misérias!... Fome!... Tristeza!...
 Paz!... Amor!... União!... Fraternidade!... Alegria!...
 Dois mundos opostos - Duas realidades heterogêneas.
 Diariamente confundimos a paz interior com as dramáticas notícias de guerra. Os nossos anseios de comunicação, a todo momento, relatam fatos, que já se tornaram corriqueiros, a respeito da luta, da incompreensão humana. O nosso mundo parece estar partindo para um desajuste total. É que está sendo quebrado o elo da união entre os homens. Malditas guerras que já ceifaram tantas vidas; que deixaram, em tantos lares, lacunas impreenchíveis; que derramaram lágrimas de dor e sofrimento.
 Prefiro omitir o seu nome, respeitando a sua grande ausência. Era ele um Voluntário da Paz. Um grande amigo. Um exemplo de jovem de enraizado ideal.
 Um idealista nato. Veio ao Brasil a serviço de sua pátria, em busca da cultura e do desenvolvimento comunitário. Veio dar muito de si aos menos favorecidos. Aqui, abriu trincheiras, novos horizontes no desenvolvimento cultural dos jovens. Foi, em nosso meio, uma presença marcante. Enquanto esse jovem apregoava a paz, no oriente, a guerra tornava-se, cada vez mais, sanguinária. Por razões constitucionais do seu país teve que retornar, a fim de prestar o serviço militar obrigatório. Daí, partiu para os campos de batalha. E nunca mais voltou... Para sempre se foi... Dele, ainda, guardo uma grande lembrança: um livro (Gato Preto em Campo de Neve- Érico Veríssimo). E, assim, foram tantos.
 O mundo não parou. Continua girando. E as guerras não cessaram. Os homens continuam não se entendendo. É a ambição pelo poder que lhes é superior até a própria vida.
 Não entendo a civilização com guerra. Também, não entendo a guerra como forma de autodeterminação humana e, sim, como fator degradante e auto- obstruídor da unção de povos. Não fomos feitos para a guerra, ela tem desfeito muitos de nós. Tem- nos desencaminhando da união e levado ao impropério. Quando falo em união, ponho em preponderância um dos fatores que a desvitua fluentemente: o racismo. A luta inglória de brancos e pretos. Isto significa a melodia funesta de seres iguais cujos corpos sofrerão o mesmo desgaste, nas frias sepulturas. E por que não se pensar na alma? Por acaso, não teremos de render tributos pelos nossos mal feitos? Zelamos, pois, por nosso interior. Por nossa maneira de pensar e de agir. Nada mais belo que nos darmos as mãos. Mãos que se entrelaçam objetivamente; que evidenciam o bem comum sem a sombra pretensiosa do individualismo obsceno. Já se torna necessário crer que não somos nós únicos, mas somos nós todos. E, se bastasse a crença em nós mesmos, unicamente, por certo, as nossas realizações estariam consubstanciadas à ajuda mútua. A mutualidade de ação cria um prima bem delineado de forma franca e concreta na luta contra as multiladas reações preconceituais que impedem, sobremaneira, as relações amigas entre povos e nações. Seria venturoso ao homem cobrir as intempéries, pondo de lado as cobiças e ambições e em holocausto às sábias e virtuosas idéias de solidariedade humana. Por conseguinte, cabe-nos um árduo sacrifício. Porém, louvável e dignificante.
 Oh! homens que ainda sabem crer, paremos a guerra! Será que sempre serão poucas tantas vidas acabadas, vítimas da incompreensão?
 Oh! minha geração, façamos gerar o amor. Já se faz necessário ao mundo poder amar... Marchemos unidos para a guerra da Paz.


                                                                                                              Paulo Holanda

Nenhum comentário:

Postar um comentário