SÚPLICA!...

OH! VINDE GRAÇAS DO CÉU BENDITO; 

OH! NÃO DEIXEIS UM CORAÇÃO AFLITO, 

AFEITO AO TÉDIO DA DESILUSÃO; 

ILUMINAI, VOS CLAMA A MINHA ALMA, 

O ESPÍRITO QUE PEDE A DOCE CALMA, 

OH ! DE MIM, OH ! CÉU, TENDE COMPAIXÃO. 

OH! QUERO VIVER UMA FÉ ARDENTE,  

OH! NÃO DEIXEIS QUE, COVARDEMENTE, 

O AMOR SE ACABE, E A FÉ ME FUJA; 

MOSTRAI, VOS PEÇO, DA VIDA A FORMOSURA, 

O QUE HÁ DE BELO EM SUA LIDA PURA, 

OH! NÃO DEIXEIS , EM MIM, QUE O DESESPERO SURJA. 

QUANDO NESTA VIDA NÃO ENCONTRAR GUARIDA, 

E O SOFRIMENTO ATRÓZ ME CORROER OS DIAS... 

QUANDO MAIS NADA EXISTIR, MAS, EXISTA A VIDA... 

FORTALECEI-ME, SUPLICO, OH CÉU BENDITO, 

PARA QUE SUPERE O AMOR AS VIS HIPOCRISIAS, 

E QUE ALENTO ENCONTRE NA PAZ DO INFINITO. 

                                                             Paulo Holanda

VOZES QUE SE ENTRELAÇAM... (Ao coral: VOZES DA SERRA)

VOZES QUE SE CRUZAM, EM MAVIOSA CANÇÃO, 

NUM UNÍSSONO DE TONS, EM ‘PAUTAS’ DIFERENÇADAS, 

ONDE, ‘SUSTENIDOS’ E ‘BEMÓIS’, SE ATRAEM, 

ONDE, AS ‘CLAVES’ DE ‘SOL’ E ‘FÁ’, SE CONSUBSTANCIAM, 

FORMANDO UMA ‘MATEMÁTICA’ DE ATRAÇÃO; 

É QUE AS LINGUAGENS MUSICAIS, ENTRELAÇADAS, 

EXALTAM A GRANDEZA, QUE SE ESVAEM, 

NAS SUAVES MELODIAS QUE VIVENCIAM. 

VOZES QUE ECOAM, NA ‘PARTITURA’ DA VIDA, 

ENTOANDO AS ‘COLCHEIAS’, POR VEZES, INTERMITENTES, 

NA ‘BATUTA’ QUE BUSCA UM SOLFEJAR SERENO; 

É QUE , TUDO NASCE DE UM VOLUNTÁRIO APEGO, 

NUMA TERAPIA, QUE, NO MOMENTO, SUAVIZA A LIDA; 

E OS TONS SE UNEM, INTRÍNSECOS  E LATENTES, 

DAÍ, FORMANDO UM UNÍSSONO AMENO, 

QUE NAS CANÇÕES TÊM O SEU ACONCHEGO. 

O CANTO É SONORO, NA SUAVIDADE DOS ‘TEMPOS’, 

NA DOCE MAGIA DE UM SONHAR INTENSO... 

QUE SOBEM AO ÉTER, ROMPENDO A SOLIDÃO; 

E, NO SILÊNCIO DAS ‘NOTAS’, REPOUSA A DOCE CHAMA, 

O ATRATIVO DO SOM A QUE SE PROPÕEM OS VENTOS, 

LEVAR A ‘SONATA’ DO VIVER UM AMOR IMENSO; 

TUDO SE REFLETE NAS CORDAS ROMÂNTICAS DO CORAÇÃO, 

E SE SUBLIMA NA ALMA QUE SE ARVORA E CLAMA.

                                                                                                                  Paulo Holanda

O SONHO E A REALIDADE!

OH! ILUSÓRIAS TRILHAS DOS SONHOS TÃO SONHADOS,

PERFECCIONISTAS LINHAS DE AMORES EXALTADOS,

SEM QUE SE ALCANCE UMA REALIDADE PURA

É QUE O ABSOLUTO NÃO SE REVELA NO ENTÃO MATERIAL,

POR ISTO, NÃO SE ALCANÇA O FELIZ, PLENO E TOTAL,

QUE SE DEBRUÇA NA ILUSÃO, QUE POUCO DURA.

OH! MAGISTRAL EFÍGIE DESTA VIDA TRANSITÓRIA,

DEIXA O SER VIVER, CADA UM COM A SUA HISTÓRIA,

E, ASSIM, FIQUE ASSOMBRADA PELA LUZ DO BOM VIVER;

O IMPORTANTE É SER, MESMO EM SONHO TRANSFORMADO,

QUAIS PESADELOS ONDE ALGUÉM SE VEJA DESTROÇADO,

POIS, ÚNICA É A VIDA E, POR ISTO, SE PRECISA SER.

OH! MOMENTOS LÚCIDOS DE UM LINDO SONHAR,

QUE ENFATIZAM A RUDEZA E A GRANDEZA DO CAMINHAR,

LEVANDO O CAMINHANTE SEMPRE AO SERENO ENCANTO;

QUE NÃO SE TENHA A AMARGURA DA REALIDADE,

QUANDO O SONHO VALIDA UMA DOCE FELICIDADE,

LONGE DOS DISSABORES E DO CRUEL DESENCANTO.

OH! CÉUS , DE QUE VALERIA CANTAR UM PLENO CANTO,

SE A MINHA INSPIRAÇÃO NÃO ME TROUXESSE O PRANTO,

QUE ME FAZ SONHAR, AO DESCREVER MEU SONHO;

E NA LUCIDEZ QUE SE SEGUE AOS VASTOS DIAS,

ERGAM-SE O COROLÁRIO DO AMOR, DECANTADO EM POESIAS,

E SUBLIMADO ESTE EM SEU MELHOR E MAIOR TAMANHO.

                                                                           

                                                                                                                      Paulo Holanda

EIXO INVISÍVEL!...

CONTROLADOR ESMERO DE UM CÉREBRO EM MOVIMENTO,

QUE VEM IDENTIFICAR O BOM E O MAL SENTIMENTO,

NOTADAMENTE INVISÍVEL AOS CLAMORES DO CORAÇÃO;

A MENTE SENTIDA, POR VEZES, DE FASES ENDOIDECIDAS,

CLAMA O CERTO, AS ALGÚRIAS QUE SE SENTEM EMBEVECIDAS,

QUE ELEVAM A ALMA ÀS CHAMAS INCONTIDAS DA RAZÃO.

EU NÃO VEJO, MAS, SINTO O DOCE REFREAMENTO DO SER,

ÀS NORMAS PREDITAS NO ACÚMULO DO ENTENDER,

E NA MÁGICA LUZ DO SER BRILHANTE, INCONFORMADO;
É QUE, NA VIDA, AOS PASSOS LITÚRGICOS DO CAMINHAR,

EU SÓ SINTO A CONJUGAÇÃO DOS TEMPOS DO VERBO AMAR,

NA LISURA DO SER QUE PODE, ASSIM, AMAR E SER AMADO.

ESSE EIXO INCÓLUME, QUE NÃO SE PERMITE SER VISTO,

NOS MOSTRA OS ÍNGREMES CAMINHOS DO ALÉM DISTO,

POIS, OPERA NO ARBÍTRIO COLORIDO DA FORMAÇÃO;

CADA QUAL, DE ESCOLHAS MÚLTIPLAS E VARIADAS,

AO INSIGNE COMANDO, QUE NÃO PERMITE ACENTUADAS

AS DORES ENFOCADAS NAS SUAVES TRILHAS DO CORAÇÃO.

ESTE É O DEUS, QUE O AMOR DEIXOU CONSIGNADO,

EXEMPLO MAGISTRAL, DE PERENAL CANDURA, DIVINIZADO,

MOSTRANDO AO MUNDO A ETERNA EFÍGIE DO BOM VIVER;

AMAR, SEMPRE AMAR, AMANDO SEMPRE AO PRÓXIMO,

NO GOTEJO DO SANGUE DERRAMADO, LÁ DO CIMO,

PELA SALVAÇÃO HUMANA, PELO AMOR FIEL AO SER.

                                                                                                    Paulo Holanda

CAIXA DE BRINQUEDOS!...

SAUDOSA LEMBRANÇA,

DOS TEMPOS DE CRIANÇA,

DA CAIXA DE BRINQUEDOS;

OSSOS, ERAM ANIMAIS,

ESTACAS NOS CURRAIS,

PALITOS DOS ARVOREDOS.

DE MADEIRA,  ERA O PIÃO,

PRA RODAR NO MEIO DA MÃO,

ERA BAMBA, QUEM JOGASSE;

BOLA DE GUDE E TAMPINHA,

E UM CORDÃO NA LATINHA,

QUANDO O LEITE ACABASSE.

QUEM DE PLÁSTICO UM CARRO TINHA,

QUEM NÃO, PUXAVA A LATINHA,

COMO UM CARRO EM DISPARADA;

O MOTOR ERA NA BOCA,

E A CORRIDA ERA LOUCA,

COM DIREITO A CUSPARADA.

AS MENINAS, A BONEQUINHA,

E O BRINCAR DE CASINHA,

COM COMIDA DA FOLHAGEM;

AS BONECAS ERAM DE PANO,

UM PAPELÃO, O ABANO,

O FOGÃO, QUALQUER MOSTRAGEM.

E, ASSIM, SE FORAM OS DIAS,

DIAS BONS, DE ALEGRIAS,

MOMENTOS DA CRIAÇÃO;

INOCENTES BRINCADEIRAS,

O ‘FAZ DE CONTA’, AS ASNEIRAS

SAÍDAS DO CORAÇÃO.

MAS, O PROGRESSO CHEGOU,

E TUDO ISTO LEVOU,

SÓ NOS DEIXANDO OS ENREDOS;

COMO TUDO PASSA, E PASSOU,

SÓ IMORREDOURA DEIXOU

MINHA CAIXA DE BRINQUEDOS.

                                                                                    Paulo Holanda

TEIA DE ARANHA!...

TEIA DE ARANHA...FIOS ENTRELAÇADOS,

QUE SE VISUALIZAM EMARANHADOS,

TECIDOS NA GRANDEZA DE SER;

TEIA DE ARANHA...INIMITÁVEL RENDA,

TECIDA EM FINA E DESLUMBRANTE SENDA,

EM PERTINAZ AUDÁCIA DE VIVER.

TEIA DE ARANHA...À VIDA COMPARADA,

SUGERE HÁBITOS DA CAMINHADA,

NOS ENTRELAÇOS DO VIVER OS DIAS IDOS;

SOMOS QUE A VIDA, MILAGRE DESLUMBRANTE,

NA CONFIANÇA, QUE SE FIA, EDIFICANTE,

NÃO SE ENTONTEI-A NOS ANOS ADVINDOS.

O SER TECE A SUA PRÓPRIA TEIA,

E A FAZ À LUZ QUE NÃO ENCANDEIA,

OU A ESCURIDÃO, QUE INTERROMPE A IDA;

ESTAMOS AO ARBÍTRIO DE NOSSA ESCOLHA,

AO QUE SE PLANTA E AO QUE SE COLHA,

TUDO DEPENDENDO DO QUE ENSINOU A VIDA.

A TEIA DE ARANHA, QUE A ARANHA TECE,

É A VIDA QUE A VIDA ENALTECE,

É A BELEZA SOBREVINDA DO TECELÃO;

E NESTE QUADRO QUE PONHO NA MEMÓRIA,

TENTO TECER O QUE NA VIDA É HISTÓRIA,

TENTO POETIZAR O QUE DIZ MEU CORAÇÃO.

                                                                           

                                                                                         Paulo Holanda

CULTO AO AMOR!...

EU ME ESTEIO NOS FUNDAMENTOS BÁSICOS,

NO LIRISMO DO SÉRIO, NA CASTA DOS PROSAICOS

E NA AMPLITUDE DO PENSAR ILIMITADO;

CANTO O MEU CANTO NA FIRME SONORIDADE,

QUE SE DEBRUÇA NA TIMIDEZ QUE ME INVADE,

E NA SÓLIDA PAIXÃO DO QUE ENTÃO CULTUADO.

CULTUO O AMOR, QUE SE TRADUZ NA VIDA,

COMO FORMA EXUBERANTE E DEFINIDA,

DO VIVER INTENSAMENTE E HARMONIOSO;

CULTUO O AMOR, O ENCANTAMENTO DOS JUSTOS,

COMO MAGIA EFICAZ QUE SOBREPÕE AOS CUSTOS,

QUE SÃO PAGOS NO CAMINHO INSIDIOSO.

CULTUO O AMOR, QUE TRADUZ A ESPERANÇA,

COMO ENTREMEIO DE BUSCA DA SUSTANÇA,

QUE AMPLIA A CORAGEM PRA SE SEGUIR;

CULTUO O AMOR, NA LEVEZA DO DESPERTAR,

NA DOCE MÚSICA QUE ME FAZ CANTAR,

A NOBREZA INCONFUNDÍVEL,QUE ME FAZ SENTIR.

CULTUO O AMOR, NA SUA PLENA SOBRIEDADE,

COMO UM VASTO LENÇOL DE SACIEDADE,

QUE, AO SEQUIOSO, INDEFINIDAMENTE, COMPRAZ;

CULTUO O AMOR, COMO UM PEROLÁRIO DE LUZ,

QUE ILUMINA A VIDA, E QUE TRADUZ

O ORDENAMENTO DO SER, Á UM PARAÍSO DE PAZ.

                                      Paulo Holanda