sábado, 1 de dezembro de 2012
Paredes, Portas e Janelas.
Abriguem paredes este corpo nu,
Cuja alma se envolve na solidão pungente,
Acolham o que “quase pó” assim se nutre,
Das lágrimas doridas, evidentemente;
Ouçam-me paredes e não respondam jamais,
E deixem-me lamentar o meu lamento,
Pois minha alma, agora no meu tormento,
Enxuga-me as lágrimas dos meus ais.
Abram-se portas e janelas da imensidão;
Que penetre o sol, tão necessária luz;
Que soprem os ventos, que tocam o corpo,
O corpo que acolhe a alma que conduz.
Será um sonho ou pesadelo mórbido,
O está só, em solitária pousada?
Se é real, ah que sina desgraçada,
Que me faz caminhar em campo sórdido.
Paulo Holanda
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Só o Tempo
Voltei! Como se a volta fosse um recomeço;
E não medi esforços para recomeçar;
Mudei! Como se a mudança fosse iniciar
Uma nova vida, com renovado endereço.
Lutei! Como se pudesse destruir o ódio,
Que naquele coração, o tempo amealhou;
Sonhei! E, neste sonho, eu vi que o que ficou,
Foram as réstias vis, de um passado inglório.
E, agora, o que fazer, já não mais sabia,
Já não era mais passado, e tudo que eu queria,
Era viver novamente, o que tinha iniciado.
Somente o tempo, em sua imparcial destreza,
Somando as cotas de alegria e tristeza,
Dará o rumo à vida, conforme predestinado.
Paulo Holanda
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