sábado, 1 de dezembro de 2012
Paredes, Portas e Janelas.
Abriguem paredes este corpo nu,
Cuja alma se envolve na solidão pungente,
Acolham o que “quase pó” assim se nutre,
Das lágrimas doridas, evidentemente;
Ouçam-me paredes e não respondam jamais,
E deixem-me lamentar o meu lamento,
Pois minha alma, agora no meu tormento,
Enxuga-me as lágrimas dos meus ais.
Abram-se portas e janelas da imensidão;
Que penetre o sol, tão necessária luz;
Que soprem os ventos, que tocam o corpo,
O corpo que acolhe a alma que conduz.
Será um sonho ou pesadelo mórbido,
O está só, em solitária pousada?
Se é real, ah que sina desgraçada,
Que me faz caminhar em campo sórdido.
Paulo Holanda
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