RUA SUJA....IMUNDA...EMPORCALHADA;
UMA CASA..DUAS CASAS, E MAIS NADA;
APENAS AMARGURA, DE UM SOFRER OUSADO.
UM SONHO QUE SE FOI, TAL QUAL O VENTO,
E NA SOMBRA DEIXOU RESSENTIMENTO,
DOS CARNAVAIS DOS SONHOS DO PASSADO.
ALI MORA QUEM TÃO CORTEJADA,
.PRINCESA, RAINHA....DOCE AMADA,
FINA FLOR DOS JARDINS , QUE DOCE ENCANTO!...
ERA BELA, SINGELA, E QUE TERNURA!...
COISA QUE A PRÓPRIA ‘NATURA’,
POR BEM PINCELOU SEM DESENCANTO.
LIA, PRA LÁ, LIA, PRA CÁ...QUE REBOLADO!..
REISADO, CIRANDA, FREVO MARCADO;
E NO COMPASSO DO SAMBA DELIRANTE,
LIA ALEGRE, SORRIA AOS QUATRO CANTOS,
COM TODO ENCANTO DOS ENCANTOS,
SEM SABER DA VIDA O SEU TRAÇADO.
MAS, PASSOU...TUDO MUDOU EM SUA VIDA;
HOJE, SEM NADA, SEM SONHO...SEM GUARIDA,
ESQUECIDA, LAMENTA A SUA SOLIDÃO.
QUEM FOI ONTEM, HOJE NÃO TEM NADA,
SIMPLESMENTE UMA VIDA DESGRAÇADA,
LHE SOBROU DA VIL PROSTITUIÇÃO.
Paulo Holanda
