Amei, como se não pudesse mais amar,
Como se fosse o último gole de bebida;
Amei, como se a vida, a minha vida,
Retribuísse o sonho, por poder sonhar.
Amei, bem sei, dei tudo o que se pode dar,
Além do que, fiz até o que eu não podia;
Amei no coração, no reino da poesia,
E até na paixão, no meu lírico pensar.
O destino enganou, minha vã filosofia,
Tirou de mim, a quem eu tanto queria,
E me deu a tristeza, a marca da solidão;
Destarte, vou empunhando, o que a sorte me deu;
Alegre ou triste, vou lembrar o que foi meu,
E bendizer aos céus, por ainda ter coração.
Paulo Holanda