segunda-feira, 6 de agosto de 2012
Ouves-me! ...
Já que não me ouvem,
Ouves-me, pelo menos, tu;
Não sou o que prega no deserto,
Também não, o que fala aos pássaros.
Sou apenas, um viandante farto,
Que a solidão não teve pena...
E que a saudade martiriza;
Sou o que ama com o coração,
Que bate forte na nostalgia;
Sou o que sonha e que imagina
Que o sonho fortalece a esperança;
Sou o que digo “eu amo”, mas,
Com profundidade d’alma;
Sou o que a verdade é o pedestal
Dos justos e o corolário das virtudes;
Sou, enfim, o que perdoa, embora,
A imagem da ingratidão sombreie os passos;
Já que não me ouvem,
Ouves-me, pelo menos, tu.
Paulo Holanda
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