quarta-feira, 13 de junho de 2012
Imaginário
Não quero que a revolta este papel transcenda,
Nem que a amargura perpasse o meu finito ente;
Quero que minha alma um dia ao etéreo ascenda,
E que nos braços de Deus repouse eternamente.
Não quero que as mágoas e os rancores,
Transbordem incólumes a sufocar meu peito;
Quero que em vida se dissipem os dissabores,
E que a paz flua perene no meu leito.
Não quero não poder amar e ser amado,
Nem que tenha meu ser de suplantar a dor;
Quero ser o que sou, neste mundo emaranhado,
E viver intensamente um grande amor.
Que este meu pensar vá a profundidade,
Sem que macule a vontade Absoluta;
Pois os desígnios, bem sei, à imortalidade,
Não, é o corpo que o seu real desfruta.
Paulo Holanda
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