sexta-feira, 28 de junho de 2013

O PRÓXIMO


Pobre gente, indiferente, descrente,
Que só quer ter, empreender, crescer;
Pobre ente, irreverente, prepotente,
Que só quer ser, desentender, vencer.

Rica aquela mente, temente, presente,
Que sabe ver, absolver, entender;
Rico é o que sente, complacente, vivente,
Qualquer viver, padecer, resolver.

O que se pinta é real, fatal, natural,
Sobrevidas, vidas desvairadas;
Isto é social, tribal, sensorial.

Assim é o clamor, desamor, sofredor;
As esquecidas vidas, feridas,
Esperanças na dor, no amor Criador.


Paulo Holanda

Um comentário:

  1. Muito lindo e verdadeiro o poema! Vivemos numa concha isolados onde o outro muitas vezes não nos diz nada, não significa nada dentro de um mundo onde o ter é mais importante do que o ser.
    Mas no fim do dia são as nossas escolhas e a nossa forma de lidar com o outro que podem fazer a diferença, nos fazer diferente.
    "Rica aquela mente, temente, presente,
    Que sabe ver, absolver, entender;
    Rico é o que sente, complacente, vivente,
    Qualquer viver, padecer, resolver (...)" No fim rico vai ser aquele que soube viver, difícil é mas acredito que não impossível! Lindo poema :)Nos faz refletir o mundo e como temos lidado com o outro.

    ResponderExcluir